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A histeria à volta da vaga de criminalidade em Portugal é enorme. Dá a sensação que somos mestres na bela arte do assalto à bomba de gasolina, caixa multibanco, retrosaria de bairro, sapataria de aldeia e até a casas funerárias. Basicamente, os meios de comunicação transformaram-se numa interminável edição diária de “O Crime”. E como não podia deixar de ser, os vídeojogos estão berlinda.
Obviamente que a falta de originalidade é grande, assim sendo, “O Primeiro de Janeiro” dedicou a primeira página da edição de ontem a um especial sobre os possíveis efeitos nefastos de... GTA IV, naturalmente. Como não poderia deixar de ser, não diz absolutamente nada de relevante. Pura especulação. Mas certo, certo é que a imagem fica na cabeça dos leitores e de todos aqueles que viram o jornal nas bancas.
“Bom, vou jogar um bocadinho de GTA IV e depois vou assaltar o Talho do senhor Petinga. É isso mesmo! Não perde pela demora. Maldito Bellic que me transformou num amigo do alheio! Fui tão bem educadinho pelos meus progenitores e bastaram cinco horas em Liberty City para me transformar numa criatura incapaz de resistir ao chamamento da carteira da octagenária da cave esquerda!!! Nãããããããão!!!!”
Triste.
Já não há pachorra para esta conversa. Mesmo. Deviam estar à espera que eu passasse a minha vida adulta a jogar a coisa que se segue...
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