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Estranhos tempos estes, de descoberta de um mercado intitulado casual, que tem o público feminino como alvo principal.
São resmas de pequenos joguinhos que vão chegando ao mercado, fáceis de serem produzidos e de baixo custo. Cãezinhos para tomar conta, plantas para serem regadas, peso para ser controlado, receitas digitais, casas para serem mobiladas, etc, etc, etc.
Sem dúvida, estamos a atravessar um período de Barbies digitais, levando a crer que elas apenas gostam de jogos simples, básicos e dedicados a tarefas do dia-a-dia. "Coisas mais complexas não entram na cabecinha das mulheres, coitadinhas", parece dizer a indústria.
É a versão digital dos velhos tempos, ou seja, elas tratam da casa, do jardim, dos animais, da cozinha e do visual, enquanto nós, os homens, vamos para a guerra, corremos, saltamos, caçamos, matamos muito, somos feios, porcos e maus.
Elas têm os jogos baratinhos... nós temos as grande produções. Elas lêem revistas... nós lemos autores como Paul Auster ou Ian McEwan. Elas vêem novelas... nós vamos ao futebol.
Tudo na mesma, portanto, numa indústria onde não faltam ideias pré-concebidas.
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