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A Microsoft anunciou finalmente a data e preço de lançamento da Xbox One. Por esta altura já toda a gente saberá que a Xbox One chega a Portugal a 5 de setembro, a partir de 399€. Já saberão também que desta vez haverá direito a localização dos menus das consolas, dos jogos e até à aposta na indústria portuguesa, no que a produtores de jogos diz respeito.
Tudo isto até pode parecer relativamente banal, considerado o que Sony e Nintendo têm feito, lançando jogos e consolas devidamente localizadas. No entanto, considerando o passado da Microsoft, com a Xbox original e Xbox 360, é justo dizermos que as consolas têm sido as parentes pobres de uma filial que, ano após anos, é reconhecida pela casa mãe pelo excelente trabalho que tem feito na área dos Office. Posto isto, e pela primeira vez, é também justo dizer que a Microsoft Portugal está finalmente a olhar para o mercado português dos videojogos com intenções bem mais sérias e com vontades bem mais vincadas que no passado. E isso só pode ser bom para quem gosta de jogos.
Para que fiquem mais a par da estratégia da Microsoft para a chegada da Xbox One, convido-vos a ver a entrevista que fizemos aos responsáveis pela consola em terras lusas e daí tirarem as vossas própria conclusões.
Bom fim de semana, bons jogos.
Rogério Jardim
Regressados de Los Angeles, local onde decorreu mais uma edição da E3, o maior evento da indústria dos videojogos, é tempo de fazer um pequeno balanço. Este ano não existiam consolas novas para apresentar e, tal como se esperava, os jogos voltaram a ser o centro de todas as atenções. Mas afinal quem saiu vencedor da E3 2014? Ao contrário do que sucedeu no ano passado, onde a Sony e a Ubisoft estiveram num patamar superior e a Microsoft foi vítima da sua própria estratégia de comunicação e de vários erros de casting, nesta edição da feira nenhuma das grandes companhias assumiu um papel claro de destaque e o equilíbrio foi claramente a nota dominante. Talvez a EA pudesse ter tido uma prestação diferente. Os jogos mais aguardados da companhia norte-americana ainda estão numa fase extremamente embrionária do seu desenvolvimento e isso refletiu-se durante a sua conferência e, naturalmente, nos três dias de feira. Outra nota importante foi a falta de fulgor de algumas companhias japonesas e que normalmente estão em força na E3, e neste particular é preciso referir a Capcom e a Square Enix. A própria Konami estava limitada ao novo PES e ao desejado Metal Gear Solid V: The Phantom Pain. Esperamos que seja apenas uma situação passageira, mas infelizmente o mercado japonês, em termos de produção, tem atravessado um período menos fulgurante. A Capcom, por exemplo, tem apresentado quedas acentuadas em termos de receitas e há dois dias, após uma reunião dos acionistas, foi decidido terminar com a cláusula que evitava a compra de ações da companhia em percentagem suficiente de modo a evitar que os responsáveis atuais perdessem o controlo da companhia. Ou seja, neste momento isso passou a ser possível. Caso apareça uma empresa ou alguém e decidir comprar um grande número de ações, a liderança da companhia poderá ser alterada. Não é de facto um bom sinal, mas uma coisa é certa, tirando estes casos pontuais, a indústria está mais viva que nunca e nesta edição da E3 foi possível comprovar novamente as razões que fazem dos videojogos a indústria líder na área do entretenimento.
Bruno Mendonça
Durante a última E3, a Nintendo finalmente revelou os seus planos para a tecnologia NFC, que a Wii U suporta nativamente. Sob a sigla Amiibo, a gigante nipónica responde diretamente a Skylanders da Activision e Infinity da Disney, ao oferecer figuras colecionáveis com interação direta com os videojogos.
Ainda que consideremos que a utilização desta tecnologia da Nintendo tenha chegado dois anos atrasada, face ao lançamento da Wii U, e de um conceito previamente concebido pela Toys For Bob em Skylanders: Spyro's Adventure, editado em 2011, o Amiibo tem os seus próprios trunfos. O primeiro deles é a transversalidade. A tecnologia Amiibo não foi pensada para um título em concreto, mas sim para ser utilizado em qualquer jogo da Wii U, já que as barreiras inerentes à necessidade de uma base de leitura NFC são abolidas – o próprio Wii U GamePad faz o trabalho. Quer isto dizer que qualquer produtora que queira lançar títulos para o Amiibo, e por consequente, uma linha de bonecos, pode fazê-lo sem se preocupar com as bases. No entanto, embora seja compatível com a 3DS, na portátil terão de ter uma base especial, adquirida à parte.
Os primeiros títulos da Nintendo já foram revelados. Mario Kart 8 já suporta a tecnologia, mas a primeira gama de figuras será lançada com Super Smash Bros. – grande parte do elenco de lutadores estará disponível em figuras colecionáveis. Em cada combate que a respetiva personagem faça, a experiência e respetivas estatísticas ficarão registadas na figura, podendo depois ser utilizado em casa de um amigo. Segundo a Nintendo, a tecnologia permite mesmo registar táticas de combate, alterando a inteligência artificial, caso utilizem os dados para gerar oponentes controlados pela consola.
Outros jogos que suportarão o Amiibo são Mario Party 10, Captain Toad Treasure Tracker e Yoshi’s Wooly World, cada um com funções especiais previstas para as figuras.
Embora o Amiibo não seja um conceito original, o universo de jogos da Nintendo é apelativo o suficiente para incentivar as coleções, afinal, quem não deseja ter Mario, Donkey Kong, Pikatchu, Link e companhia na prateleira, a postos para entrar em combate ou numa aventura?
Bom fim-de-semana
Rui Parreira
Pela primeira vez , desde que me lembro de acompanhar a E3, não estou entusiasmado para ver o que as editoras têm para mostrar. Talvez esteja a ficar demasiado velho para ter expectativas altas, mas duvido que seja o caso – não há idade limite nesta indústria. Confesso que possa ser “calo”, estar já habituado a promessas exageradas das grandes editoras que não se concretizam, apesar de os jogos continuarem a ser bons.
Mas apesar de tudo, é mais provável que seja desalento. Desalento com a nova geração. A qualidade de inFamous: Second Son, Watch Dogs, Thief e Mario Kart 8 (sim, a Wii U é da nova geração) é inegável, mas não são estas as experiências ‘nextgen’ que nos prometeram. Não é por acaso que muitos dos lançamentos são multiplataformas, e os que são exclusivos, são-no para vender consolas e não propriamente porque só aquele hardware é capaz de oferecer aquela aventura.
Por isso, este ano é o primeiro ano que vou assistir (e cobrir) a E3 com um interesse cético e vontade profissional de que, passado meio ano desde o lançamento da PS4 e da Xbox One (nos EUA) as editoras decidam que é tempo de apostar a sério na próxima geração. Não digo que se deva deixar a PS3 e a Xbox 360 ao abandono, digo apenas que há que produzir exclusivos ‘nextgen’. E nesta nota a responsabilidade deve ser assumida em primeira mão pela Sony, pela Microsoft e pela Nintendo.
Não basta mostrar o que está confirmado – Uncharted, The Order: 1886, Forza, Halo – há que mostrar mais. Quero novos IP; que a Sony aposte no PlayStation Now e (capricho pessoal) confirme que a produção de The Last Guardian está a progredir; que a Microsoft convença os jogadores dos territórios a que só vai chegar em setembro (e que a Sony domina) de que a Xbox One é uma proposta viável; e quero que a Nintendo mostre finalmente The Legend of Zelda para a Wii U. São exigências realistas? Talvez não, mas são certamente justas.
Abram as portas e subam ao palco. Que comece a E3 2014.
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