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Há quase uma década, um pequeno estúdio independente, Harmonix, apresentava Johnny Napalm ao mundo. Um guitarrista fictício que seria a imagem de um dos maiores fenómenos da década passada: Guitar Hero. Este título abriu caminho a um género musical que era dominado pelos karaokes e mostrou à indústria dos videojogos que o público estava disponível para consumir periféricos temáticos – principalmente arrastados pela febre da Wii e o seu peculiar comando com sensores de movimento.
Rapidamente, as salas de estar transformaram-se em garagens improvisadas e foram inundadas por guitarras e baterias de plástico. Tinha nascido assim um fenómeno: Guitar Hero e Rock Band dominaram as vendas durante alguns e divertidos anos.
Apostamos que muitos jogadores ainda têm uma das famosas guitarras de plástico guardadas no sótão ou no escritório. A saturação do género no mercado levou a Activision e a Electronic Arts a descontinuarem as suas séries. Estes jogos mostraram uma das fortes tendências da anterior geração de consolas, mas como seria o seu regresso à ribalta? Como é que se poderia reinventar o conceito com as capacidades técnicas das novas consolas, serviços de cloud e crescimento das redes sociais como o Twitch?
Poderia o género afirmar-se de uma forma mais realista, como atualmente Rocksmith da Ubisoft? Ou mantendo-se mais acessível, em prol da diversão, deveriam surgir novos instrumentos virtuais?
Não sabemos se o mercado está preparado para o seu regresso, mas alguns analistas já afirmaram que não sendo o negócio milionário de há meia dúzia de anos atrás, ainda poderá render algumas centenas de milhões. O tempo que o género esteve ausente permitiu tonificar o mercado e surgir uma nova geração de jogadores para os apreciar.
A Harmonix, que entretanto mudou baterias para jogos de dança, tirando partida da tecnologia Kinect da Xbox, pode estar a preparar o regresso a género dos instrumentos. E há mesmo rumores que tanto Guitar Hero como Rock Band possam, de alguma forma, renascer.
Provavelmente o principal desafio das editoras é encontrar novos modelos de negócio para as séries. Vive-se atualmente o boom dos jogos free-to-play, e os bundles de jogos com os respetivos periféricos eram mais caros que o normal. Guitar Hero e respetivos clones foram também responsáveis por trazer uma grande fatia de público casual para o mercado, algo agora assumido pelos jogos de tablet e smartphones.
Desta forma, será que este formato de jogos musicais poderia regressar, mesmo que não fosse um sucesso de outrora, mas de forma contida e sem espectativas, voltar a preencher as salas de estar?
Bom fim de semana
Rui Parreira
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