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O sucesso de financiamento do Oculus Rift no Kickstarter demonstrou que a indústria dos videojogos deseja mudanças profundas de paradigma. Apesar de ser o mais conhecido fabricante da tecnologia já existem diferentes companhias interessadas em explorar este hipotético novo filão – Samsung, Sony, Google e Valve são algumas, mas com o tempo outras surgirão.
Todos sabemos o que é a Realidade Virtual, até porque nos anos 1990 houve uma tentativa de lançamento dos famosos óculos estranhos, mas para que serve realmente? A palavra de ordem é imersão, seguindo-se de realismo e novas experiências de jogo. É colocar o jogador literalmente no centro da ação e interagir com elementos que parecem mesmo estar ao seu alcance.
Mas que experiências são essas? É fácil imaginar com o que se pode fazer ao transformar um jogo 3D em realidade virtual – não me choca pensar que se estiver ao cockpit de um carro, rodando o pescoço posso ver todo o habitáculo e dispositivos. Mas o que isso significa para a verdadeira experiência, após os primeiros momentos de curiosidade?
Atualmente, as demonstrações e os planos para a utilização da Realidade Virtual incidem sobre as mesmas experiências existentes. Poucos são os títulos revelados que estão em produção exclusiva para esta tecnologia. Ou seja, segundo os fabricantes, qualquer título 3D pode ser facilmente adaptado aos famosos óculos, com os óbvios ajustes de interface e elementos do ecrã. Mas será que os jogadores desejam mesmo os mesmos géneros de jogos nesta nova perspetiva?
Quando a Nintendo introduziu a Wii no mercado, centralizando a jogabilidade no seu famoso controlador por sensores de movimentos, não se limitou a converter o que havia no mercado para a tecnologia. Propôs-se a introduzir experiências de tal forma inexistentes que levaram as suas rivais a perseguir o “prejuízo”. Através dos sensores de movimentos explodiram os jogos casuais relacionados com a dança e ginástica, por exemplo.
Recentemente, um produtor independente, Vander Caballero, referiu em entrevista ao gamesindustry.biz, que os “shooters” não serão o principal género da Realidade Virtual como muitos apregoam. Os problemas dos utilizadores com “motion sickness” continuam a ser uma constante e um dos focos de melhorias dos aparelhos. Mas o produtor defende que a causa desse mal-estar deve-se aos produtos mal concebidos para a Realidade Virtual. Para provar isso, o estúdio de Caballero, Minority Media, está a produzir Time Machine, que irá colocar os jogadores numa viagem no tempo e oferecer uma experiência que tira partido da tecnologia. Mas ainda assim, em que género se vai encaixar?
Por muito que imagine as possibilidades da Realidade Virtual, ainda não consegui imaginar a introdução de um género totalmente original, e será essa descoberta que sinto muita curiosidade em fazer. Até porque se tivesse imaginado algo inovador, já teria encomendado um kit de desenvolvimento do Oculus Rift.
Bom fim-de-semana
Rui Parreira
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